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quinta-feira, 12 de abril de 2012
Antropofagia
Devorarei a …
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
Antropofagia
Devorarei a tua carne
Devorarei pela minha carne
Pela carne arrancada a chicotadas

Devorarei tuas entranhas
Devorarei sim, essas porcas entranhas
Por sequestrar meu povo à terras estranhas

Devorarei a tua alma
Omissa
Quando fez a minha gente submissa

Comerei teus olhos cegos
Egos,
Covardes
Falsos ternos
Não me nego

Escalpelarei-te
Estriparei-te
Estuprarei-te
Minhas mulheres ainda lembra...

De suas crianças
quero apenas as consciências
Que é a unica parte que ainda tem pureza...
Talvez...

Postado por Rede Nacional da Juventude Negra às 23:10 3 comentários Links para esta postagem
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Marcadores: Antropofagia, consciência, Estripação, Estupro, historia, Jr. Borges, Lembrança, negritude

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terça-feira, 10 de abril de 2012
Indecisão

Entre cantos e descontos
Contos e verdade
Encontro motivos pros acasos
Perco-me nos contos
E acredito na verdade
Me acho e ate relaxo
E volto firme para o filme
Fotografo
Não sei bem o que acho
Mas desfaço
E começo de novo
Faço uma coxa de retalho
Nem fim nem começo
Não sei bem o que faço...

Jr Borges
Postado por Rede Nacional da Juventude Negra às 09:15 0 comentários Links para esta postagem
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avrvpolicia
Cara e linda atriz, você conhece algum negro, ou índio, ou mulher, ou homossexual que faça parte da cúpula dirigente do PT? Ou mesmo algum portador de deficiência física?
Ou ainda não aprendeu, ou não percebeu, que toda essa parcela da população não passa de massa de manobra de quadrilheiros condenados?
acrvcatolico
Sabe, minha cara atriz, você é jovem, bonita, e garanto que é desejada por todos os jovens da sua geração. Naturalmente, blindada pela cor de sua pele, à qual você dá tanta importância.
Isso é porque você aprendeu, como o outro lado do nazismo, a dividir os seres humanos não por suas individualidades, mas por categorias. No internacional socialismo de Castro e de Stalin, “classes”; no nacional …Mais
Sabe, minha cara atriz, você é jovem, bonita, e garanto que é desejada por todos os jovens da sua geração. Naturalmente, blindada pela cor de sua pele, à qual você dá tanta importância.
Isso é porque você aprendeu, como o outro lado do nazismo, a dividir os seres humanos não por suas individualidades, mas por categorias. No internacional socialismo de Castro e de Stalin, “classes”; no nacional socialismo de Hitler, “raças”.
O homem, hoje, não é mais homem. É “categoria”. É moda, é “moderno”. Fora disso, so há “reacionários”.
Mas vamos agora às perguntas.
Por que, antes de seu discurso, você mostrou todo o seu staff de maquiadores, iluminadores, cinegrafistas, produtores, diretores?
Eu não tenho staff nenhum de coisa alguma. Isso não é conversa para mim.
Você já fez algum concurso público, passando em 20º lugar entre 3.000 profissionais de nível superior?
Na época em que você fez esse concurso, chegou a trabalhar 22 horas por dia, dormindo de 2 às 4 da manhã, todos os dias, sem horário para almoço? Sem um café, ao menos?
Você já foi obrigada a entrar pela porta dois fundos por ser polícia em pleno governo do Leonel Brizola?
Já enfrentou ônibus lotado até a Central do Brasil, chegando em casa à meia-noite de sexta para sábado, carregando uma carteira de polícia no bolso e tendo que passar pela entrada do Complexo do Alemão, repito, no governo Leonel Brizola?
Eu conheci muitos policiais negros, assim como você. Você já viu algum deles praticando racismo? Nenhum deles entrou para o serviço público por cotas, mas por mérito pessoal.
Você já foi parar no banco dos indiciados em processo administrativo disciplinar porque a sobrinha de um deputado da base aliada de um governo que agora a patrocina, e que entrou “pela janela” na Justiça Federal, não ia com a sua cara, e nem gostava de servidor concursado?
Você já teve que representar contra alguém, colega de trabalho, por desrespeito e agressão a pessoa idosa de sua família? Já viu sua esposa vivendo de “miojo” e dormindo no chão, sentada, escostada à parede? São esses que você omite de seu discurso de ódio racista, falando de “smnartphones”, “iates” e outras coisas. Você certamente irá me rejeitar porque nunca ganhei nenhum carro por ter passado em vestibular algum E nem em concursos, nos quais sou tri-campeão. Comprei meu primeiro carro em 48 prestações às custas de meu suor e de minha saúde.
Já teve que tomar remédios psiquiátricos depois de 33 anos de perseguição política?
Já esteve ameaçada de ser presa por não ter pago propina para a corregedoria de polícia do “sr.” Brizola?
Você já teve que largar um plantão de delegacia, com uma prisão em flagrante por assalto à mão armada, esperando por você, enquanto você ia para uma faculdade paga por sua mãe aposentada, sob pena de não terminar o curso?
Você aparece no vídeo por causa da bandeira de esquerda que empunha. E não por causa da cor de sua pele. Quer um exemplo? Edson Arantes do Nascimento, que engrandeceu o nome do País mais do que qualquer outro. Talvez você tenha algum trauma pelo fato de Deus ter feito os jardins com a beleza de todas as cores, ao contrário de seu discurso monocromático.
Aliás, você não dá nenhum exemplo de convívio baseado no amor ao próximo. E nem de tolerância. E nem de apoio às diversidades.
Sua cor é vermelha, e tem o retrato de um barbudo fumando charuto. A propósito, esse barbudo é branco, como aquele outro barbudo que na ONU orgulhou-se dos fuzilamentos que comandou.
Não se esqueça da repulsa do governo que a patrocina pelo Ministro Joaquim Barbosa, do STF, pelas condenações dos “heróis”... sei lá de quê.
Não se esqueça de que esse grande brasileiro sofreu o demérito numa “plenária” em que foi dito que “ele só está lá porque o pusemos”. E nem da expressão de repugnância da “presidenta” porque o atual Chefe Supremo do Judiciário não trazia no peito nenhum broche com estrela vermelha, como certamente o fazem os “branquelos” que lá foram colocados por terem assessorado os condenados por formação de quadrilha.
Tudo isso eu estou dizendo sem qualquer patrocínio, mas pagando meu próprio Velox.
Não, cara e talentosa atriz. Essa conversa não é para você.
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Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
29/11/2012
às 7:07

LEIAM ABAIXO
Vídeo sobre cotas prega o confronto racial e de classes. Ou: Como estatais, potentados do capitalismo e igrejas cristãs financiam o ódio racial;
Racismo, combate ao racismo e covardias. Uma resposta a um militante que fala grosso comigo e fino com os petistas;
“Provão” de jornalismo incorpora pauta do PT e vira lixo ideológico;
E chegou o dia em que nem Lewandowski teve a coragem de seguir… Lewandowski! O dia dos absurdos!;

Haddad nomeia pagodeiro e filha de Michel Temer para secretarias da Prefeitura de SP;
João Paulo foi condenado a um total de nove anos e quatro meses de cadeia: regime fechado;
Ricardo Lewandowski tenta melar o julgamento de João Paulo para livrá-lo da cadeia;
João Paulo já foi condenado a seis anos e quatro meses; falta ainda a pena de lavagem; vai pegar regime fechado;
Leiam “Arranhando a Superfície”, de Gerald Thomas;
Começa a definição da pena do último condenado: o deputado João Paulo Cunha;

Álvaro Dias, um oposicionista de fato, aproveita cochilo do governo e aprova convite para ouvir um dos investigados;
De 10 senadores do PT, 6 usam verba pública para pagar IR;

Contra tentativa de Lewandowski, Jefferson tem pena reduzida e pega 7 anos e 14 dias de reclusão: não vai dividir a cela com Dirceu…;
Marco Aurélio faz troça de Lewandowski;

Opa! Vejam lá Lewandowski se comportando como falcão… Contra Roberto Jefferson, claro!;
Ao escolher a dupla Felipão-Parreira, CBF deixa a questão técnica de lado e opta pela feitiçaria;
Supremo começa a decidir o destino de Roberto Jefferson;

CPI do Cachoeira – Falcões do PT são derrotados, e, isolado, relator é obrigado e retirar do texto perseguição à imprensa e ao procurador-geral;
Número 2 da Secretaria de Portos negociou com quadrilha liberação de obra de R$ 2 bilhões;
Ah, meu Deus! Mais uma conspiração contra o Zé!!! Homem que delatou esquema de corrupção diz ter recebido suborno para atender a pedido de Dirceu

Por Reinaldo Azevedo

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29/11/2012
às 6:47

Vídeo sobre cotas prega o confronto racial e de classes. Ou: Como estatais, potentados do capitalismo e igrejas cristãs financiam o ódio racial
Está no Youtube um vídeo detestável intitulado “Cotas. Essa conversa não é sobre você”. Trata-se, lamento dizer, de puro lixo racista. A linguagem apela ao confronto, à guerra racial e ao confronto de classe. E é mentiroso também porque omite um dado essencial da lei de cotas recentemente aprovada. O “outro” com o qual se confronta a atriz negra são os “queridos estudantes brancos, de classe média, que fazem cursinho pré-vestibular particular”. É preciso ver para crer. Num dado momento, somos apresentados a este texto:
“(…) Quando você diz que, na verdade, os seus pais pagam o curso somente porque trabalham tanto ou porque você ganha uma bolsa pelas boas notas que tira, eu não me comovo. Não me comovo mesmo! O que me comove é que muitos outros pais trabalham muito mais do que os seus e recebem muito menos por isso”. Assistam. Volto em seguida.
Nem vou me ater à caricatura que se faz dos “brancos de classe média com iates” porque há um limite da boçalidade que nem a crítica alcança. O que o vídeo omite de essencial é que a política de cotas estabelece uma hierarquia entre os pobres e transforma indivíduos e suas competências em categorias. Quando se decide que vagas destinadas a alunos da escola pública serão distribuídas segundo o perfil racial dos respectivos estados, cada indivíduo se torna ou vítima ou beneficiário de uma percentagem pela qual não pode responder. Acho, e todos sabem, a política de cotas um erro em si. Mas há, então, esse erro dentro do erro, que faz com que pobres sejam preteridos em favor de pobres em razão da cor da pele. O que esse texto espantoso não responde é por que um branco pobre seria mais culpado pelas desigualdades que há no Brasil do que um preto pobre. Tudo bem! O Supremo também não respondeu…
Eu me interessei pelo vídeo e decidi fazer algumas pesquisas. Fiquei encantado quando a garota listou, entre o desdém e a caricatura, os hábitos de seus “adversários”: um “mundinho de carros, festas, boates, viagens, iates, tablets, smartophones e muitas outras coisas”… Descobri, dedicando algum tempo à questão, que esse “mundinho” é quem, de fato, patrocina essa peça de propaganda movida pelo ódio. Eu explico.
O vídeo é assinado pela “Rede Nacional da Juventude Negra” (Renajune). Termina com um agradecimento ao Instituto Cultural Steve Biko, que participou de sua feitura. Esse tal instituto recebeu, em 1999, o “Prêmio Nacional de Direitos Humanos”. Bom! Tem, entre seus financiadores, a Chesf (uma estatal), a Worldfund, a Fundação Kellogg, a CESE e o Instituto Nextel. A Nextel, a Kellogg e a Chesf dispensam apresentações. A Worldfund é uma ONG americana que reúne, entre seus 69 financiadores, os seguintes inimigos do capitalismo e do “consumo da classe média” nojenta: Avon Products, Inc; Coca-Cola; Credit Suisse; Fundación Televisa; McDonald’s; Motorola Foundation; Santander e UBS. A CESE se define como “Coordenadoria Ecumênica de Serviços” e é sustentada por organizações católicas e protestantes ditas “progressistas”.
Esta é, aliás, a realidade de boa parte das ONGs que querem mudar, desinteressadamente, o Brasil: trata-se de entidades fartamente financiadas por alguns potentados do capitalismo — embora seus militantes costumem ser anticapitalistas fanáticos, não é mesmo? Tente saber, por exemplo, quem garante o pão e o circo das milhares de ONGs que defendem a natureza… A multinacional Nextel, a propósito, vai começar a concorrer com as grandes da telefonia. Logo estará disputando o mercado dos smartphones também — para os brancos desprezíveis de classe média…
É claro que é possível ser favorável a cotas com bons argumentos, ainda que eu discorde da tese. É claro que se pode ser contra cotas falando um monte de bobagem. A escolha de uma posição não condiciona a qualidade do argumento. Acima, o que temos é a mais clara e insofismável expressão do ódio. Parece uma guerra por território. Não por acaso, as últimas palavras da garota são estas: “Agora é tudo nosso! Tudo nosso!”. O objetivo é levar aqueles que eles consideram “o outro lado” a cometer um erro retórico qualquer para que possam, então, gritar: “racismo!”.
Um vídeo em que brancos se referissem a negros em termos parecidos seria denunciado, e o YouTube o retiraria do ar. E os responsáveis ainda seriam denunciados pelo Ministério Público Federal por racismo. Alguma dúvida a respeito?
Aos leitores, um pedido: serenidade nos comentários. À turma do barulho, um recado: eu não me assusto com correntes na Internet. Ao ódio, respondo com a razão. E não vou desistir de criticar empulhações como essa.
Texto publicado originalmente às 5h50

Por Reinaldo Azevedo
Tags: Cotas raciais, racismo

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47 COMENTÁRIOS
29/11/2012
às 6:39

Racismo, combate ao racismo e covardias. Uma resposta a um militante que fala grosso comigo e fino com os petistas
Ai, ai…
Quando começo assim, a coisa é de lascar! Recebi uma mensagem de um representante de um grupo de militantes negros que é mesmo do balacobaco! É de uma espantosa covardia política. Já chego lá. Antes, algumas considerações.
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado ontem pelo STF a nove anos e quatro meses de cadeia, em uma “plenária” para, como definiu José Dirceu, “julgar o julgamento do Supremo”, referindo-se ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão e agora presidente do tribunal, indagou e respondeu: “[Barbosa] Chegou [ao Supremo] por quê? Porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros”. Considero essa fala uma manifestação asquerosa de racismo enrustido. Expus os motivos num texto que deu o que falar, publicado no dia 24. Resta evidente que João Paulo, o futuro presidiário — por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro —, está expropriando Barbosa de seus méritos intelectuais e atribuindo a sua ascensão à benevolência de Lula.
Protestei com dureza, como sabem. E escrevi um outro post perguntando se os movimentos negros continuariam com o seu silêncio covarde e ideologicamente orientado. Com que então um petista pode afirmar tal estupidez? E se a fala estivesse na boca de um político ou jornalista considerados “de direita” ou, sei lá, contrários às cotas raciais? Não foi a primeira vez que um profissional negro de primeira linha se tornou alvo de uma agressão em razão da cor da sua pele. Não faz tempo, o jornalista Heraldo Pereira foi classificado por um anão moral de “negro de alma branca”. O agressor teve de se retratar na Justiça. Os movimentos negros, também nesse caso, se calaram. Afinal, aquele que agredia tem a pretensão de ser um “inimigo da Globo” — logo, é visto como um “progressista”…
Pois bem! Eu não critico pessoas, mas ideias. Eu não me obrigo a concordar com A ou com B em razão de afinidades ideológicas, eletivas ou de qualquer natureza. O ministro Joaquim Barbosa sabe bem o que tenho escrito sobre o julgamento no STF e sua atuação. Também não ignora que temos, sim, divergências sobre vários assuntos. Como costumo dizer, digo “sim” quando acho que é “sim” e “não” quando acho que é “não”. Não sou militante de coisa nenhuma! A principal obrigação de quem está no debate público é dizer o que pensa. E é em busca desse pensamento que milhares de pessoas acessam este blog todos os dias.
Um dia antes de escrever aquele post sobre João Paulo, havia criticado aqui duramente uma resposta que Barbosa dera a um jornalista negro, que lhe indagara se estava “mais sereno” depois de presidir a primeira sessão do Supremo. Disse-lhe o ministro: “A cor da minha pele é igual à sua. Não siga a linha de estereótipos porque isso é muito ruim. Eles [os jornalistas brancos] foram educados e comandados para levar adiante esses estereótipos. Mas você, meu amigo?”.
Não vou demonstrar, mais uma vez, por que a fala é absurda para não repetir argumentos. Peço que notem, adicionalmente, que, assim como João Paulo pretendeu tirar de Barbosa o livre-arbítrio porque ele é negro (o que o obrigaria a votar como queria o PT), Barbosa expropriou os jornalistas brancos da consciência individual: todos teriam sido “educados e comandados para levar adiante os estereótipos”. Existiria, assim, uma categoria de pensamento: a dos “brancos”. Não protesto contra essa fala porque sou branco. Protesto porque ela é falsa.
É provável que Barbosa estivesse irritado, e não lhe faltariam motivos, com a pletora de comentários e especulações sobre como seria a sua gestão à frente do tribunal. Os que não concordavam com o seu voto tentavam caracterizá-lo como um destemperado, um doidivanas, um alucinado, um “Torquemada” — como chegou a citar Ricardo Lewandowski. Ora, ele deve ter clareza de que, se a cor da pele condicionasse pensamento, então o diálogo entre negros e brancos seria mesmo impossível. Sim, há gente dedicada a criar um arremedo de guerra racial no país (ver post a respeito). Não parece que seja o caso do ministro. Ele defende leis de reparação — algumas delas, a meu ver, erradíssimas —, mas é a prova contundente de que brancos ou pretos, ricos ou pobres, o desejável é que as pessoas vão à luta para realizar seus sonhos e suas ambições.
Muito bem! Eis que recebo uma mensagem de um senhor chamado “Reginaldo Bispo”, que se identifica como “Coordenador Nacional do MNU – Movimento Negro Unificado”. Escreve-me ele:
“Reinaldo, 07 em cada 10 militantes do MN, não petistas e não governistas, apoiam e diriam o mesmo que disse o ministro Joaquim Barbosa. E digo mais, deve ter mais que isso entre a população negra não militante e os não negros solidários e não racistas. Assim, reafirmo aqui, se não é pratica de todos, ao menos é pratica predominante entre a maioria dos jornalistas sem compromisso em extirpar o racismo, especialmente dos representantes da Revista VEJA.”
O que responder?
O tal Bispo, claro!, quer aparecer e nem se dá conta de que seu texto é uma aporia, uma impossibilidade, uma absurdo ditado pelos próprios termos. Deve ser um noviço da lógica. Como ele se considera dono de uma causa, dispensa-se de pensar com começo, meio e fim e tende a achar que a justeza de sua luta lhe perdoa as tolices. Atenção, Bispo! Se Barbosa estivesse certo naquela fala (duvido que não tenha se arrependido do que disse) e se todos os brancos fossem, então, “educados e comandados” para a discriminação racial, seria impossível haver “não negros solidários e não racistas” porque todos os “não negros” seriam, então, por definição, racistas já que “educados e comandados” para tanto. Entendeu, Bispo, ou quer um desenho?
Há mais, meu senhor! Que história é essa de definir os brasileiros, quem sabe a humanidade, em “negros” e “não negros”. Um branco que decidisse estabelecer a clivagem entre “brancos” e “não brancos”, parece-me, estaria sujeito à acusação de racismo. Quanto à referência à VEJA, Bispo só pretendeu ser sutil: ele estava se referindo a mim, acusando-me de não ter “compromisso em extirpar o racismo”. Não nos seus termos, que considero racistas! Já haviam me mandado certa feita um texto desse rapaz em que ele associa o racismo contra os negros… ao imperialismo. Então tá. Os maiores assassinos de negros no mundo são negros, como sabem a África subsaariana e o Sudão. Tutsis e hutus não se matam porque uns detestem a cor da pele dos outros. A “unificação dos negros” — para lembrar o nome do movimento a que pertence Bispo — é uma ilusão que só existe fora da África. As milícias sudanesas mataram mais de 500 mil pessoas em Darfur em razão de um conflito religioso. A “Mama África” é madrasta má para milhões de negros que pertencem a etnias perseguidas por outras etnias — todas negras. Na Irlanda do Norte, os brancos não se matavam até outro dia porque eram brancos. E também não viam motivos para se unir porque brancos. No Oriente Médio, os árabes não se matam porque são árabes. Mas também não veem motivos para se unir porque árabes…
Qualquer pessoa tem, hoje em dia, acesso a essas informações. Bispo também. O que me causa espanto não é a mensagem que ele me enviou. Estupefaciente, aí sim, é seu silêncio — e de grupos congêneres — diante da agressão de que foi vítima o ministro Joaquim Barbosa. Não é preciso grande esforço para entender o que disse João Paulo. Ele nem mesmo tentou ser sutil. Foi, aliás, de uma clareza arreganhada. Eu discordei de uma fala de Barbosa, mas não questionei suas credenciais para ser ministro do Supremo. Ao contrário: enfatizei o mérito que o conduziu até o topo da carreira do Judiciário. Mas e o petista? E o que anda pelos blogs sujos e “progressistas”?
Não obstante, o tal Bispo tem a boca torta pelo cachimbo. Em vez de reagir ao que disse um deputado federal, que já foi presidente da Câmara — terceiro da linha de sucessão do Executivo —, ele resolveu me atacar. Afinal, ainda que possa ter discordâncias episódicas com o PT e com um petista, trata-se de um militante que redigiu, em companhia de outros, um manifesto em defesa da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. No texto, eles faziam algumas reivindicações (conforme a redação original):
“Que [Dilma] não mande mais dinheiro do Plano Nacional de Segurança Publica, para as polícias estaduais continuarem matando jovens negros, sem cobrar o respeito aos direitos humanos e da cidadania. Não precisando agradar mais os ruralistas;”
(…)
“Uma política salarial que resguarde uma diferença máxima de 12 vezes, entre o menor e maior salário recebido no pais, no setor privado e publico, inclusive entre as autoridades dos três Poderes;”

Pois é… A primeira foi cumprida à risca por Dilma e José Eduardo Cardozo, não é, Bispo? O resultado se conta em cadáveres — muitos deles são cadáveres de… negros! Quanto à segunda… Dizer o quê? Por que ele escolheu 12 e não, sei lá, 6 ou 18? Não tenho a menor ideia…
Encerrando
Pode vibrar, rapaz! Amanhã, logo cedo, sua caixa de e-mails, as redes sociais, o SMS… Vai ser aquele alvoroço: “O Reinaldo caiu no truque e respondeu à provocação!”. É…, de vez em quando, faço isso mesmo. Mas o faço, desta feita, para evidenciar a sua covardia intelectual. Você e muitos de seus pares militantes, não eu, estão permitindo que uma corrente de difamação ideologicamente orientada associe, de forma depreciativa, traços de comportamento de Barbosa à cor de sua pele. Pior: querem atribuir ao ministro, porque negro, uma pauta sobre a qual ele estaria impedido de opinar livremente.
E Bispo, livre como um táxi, resolve atacar… Reinaldo Azevedo!
Não o convido a ter vergonha, meu senhor, porque isso, definitivamente, é matéria que diz respeito a cada indivíduo, homem ou mulher, branco ou preto, gay ou hétero, corintiano ou palmeirense… Nesse ritmo, os movimentos militantes ainda concederão uma carteirinha a certas correntes ideológicas, facultando-lhes a licença para o racismo e a injúria racial.
Vá lá, Bispo, pode correr para o abraço!
Texto publicado originalmente às 4h08
Por Reinaldo Azevedo
Tags: racismo

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23 COMENTÁRIOS
29/11/2012
às 6:37

E chegou o dia em que nem Lewandowski teve a coragem de seguir… Lewandowski! O dia dos absurdos!
Ricardo Lewandowski tentou dar hoje o seu melhor à causa. E provou que pode ser, deixem-me ver como escreverei, esperto. Muito esperto! Vamos ver se consigo sintetizar a quem não viu os passos do espetáculo sórdido a que se assistiu nesta quarta-feira. O lead, a pegada, é a seguinte: tentou-se transformar a condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por lavagem de dinheiro — que se deu por seis a cinco — numa absolvição. Se a manobra tivesse sido bem-sucedida, o petista teria se livrado do regime fechado, já que as duas outras condenações — corrupção passiva (três anos) e peculato (três anos e quatro meses) — somavam seis anos e quatro meses. Confirmada, ao fim da chicana, a condenação também por lavagem, sua pena total é de nove anos e quatro meses — e isso quer dizer que ele terá de começar a cumpri-la em regime fechado. Sim, sim, ainda há os embargos e coisa e tal, e, antes do fim do julgamento, ministros podem mudar de ideia. Mas vamos às cenas grotescas desta quarta, não sem antes recuperar uma informação, que vem lá do passado.
Em julgamento pregresso, que nada tem a ver com o do mensalão, a maioria dos ministros decidiu que só participam da dosimetria de um condenado os que votaram pela condenação. Entendeu-se que aqueles que absolveram eram favoráveis a pena nenhuma; logo, não faria sentido arbitrarem uma punição se achavam que ela era descabida. Quando isso foi decidido — reitero: em passado remoto —, dois ministros divergiram: Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Mendes lembrou, então, que um julgamento criminal pode ser feito com maioria simples de ministros — bastam seis. Há a chance de se condenar alguém por 4 a 2. Assim, quatro podem fazer a dosimetria, e não há nada de antirregimental nisso. O ministro objetava, então, que seria desejável uma decisão com mais representantes da corte. Foi voto vencido, e vencido ficou. Causa finita est.
Agora João Paulo
O que se deu hoje com João Paulo? Seis ministros o condenaram por lavagem de dinheiro — Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ayres Britto. Cinco o absolveram desse crime: Lewandowski, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cesar Peluso e Marco Aurélio. Ora, a exemplo do que se fez em outros casos, os que condenaram decidem a dosimetria, certo?
A falsa questão de Toron – O truque nº 1
Ayres Britto cometeu uma falha que me parece importante: condenou João Paulo, mas saiu sem deixar a sua dosimetria — poderia ter seguido o exemplo de Peluso e deixado redigido o seu voto. Assim, sobraram cinco ministros para arbitrar a pena. Eis, então, que o advogado de João Paulo, Alberto Toron — candidato à presidência da OAB-SP (se eu fosse advogado, não votaria nele de jeito nenhum, e ainda preciso dizer em outro texto por quê) —, levanta uma questão de ordem falsa como nota de R$ 3. Uma suposta minoria de cinco ministros estaria impedida de fazer a dosimetria. Mais: o placar seria agora de cinco a cinco.
Por que a questão é falsa?
Como lembrou o ministro Gilmar Mendes, o quórum para um julgamento criminal é de SEIS MINISTROS. Atenção! ASSIM É PARA O JULGAMENTO, PARA O MÉRITO!!! Há uma questão de lógica elementar aí: se bastam seis para condenar ou absolver, é evidente que dosimetria (já que quem absolve não decide) pode ser definida por cinco e até por quatro ministros, certo? O quórum de seis ministros é para o funcionamento do tribunal em certas matérias, não para decidir a pena.
Reitero: isso já tinha sido decidido em passado distante, em outro julgamento. E sabem o nome de um defensor entusiasmado da tese de que quem absolveu não vota? Acertou quem chutou “Ricardo Lewandowski”. A falsa tese de Toron vinha atrelada a uma outra proposta duplamente esdrúxula: o tribunal deveria aguardar a chegada de Teori Zavascki, que toma posse amanhã, para que ele, então, ajudasse a decidir.
Absurdo 1 – Se, nas outras rodadas da dosimetria, os que absolveram não votaram, por que dar a Zavascki o direito de votar se ele nem participou do julgamento?
Absurdo 2 – Zavascki arbitraria uma pena em lugar de Ayres Britto? Toron tentou inventar nesta quarta o “voto herdado” ou, sei lá, a transferência de votos intervivos…
Absurdo 3 – Nesse próprio julgamento, cinco ministros já haviam arbitrado a pena de dois outros réus. E que se destaque: também na dita Ação Penal 470, ficou claro, mais uma vez, que só decidem a dosimetria os que condenaram.
Regimento dá a decisão a Barbosa – O truque nº 2
O presidente do tribunal, ministro Joaquim Barbosa, indeferiu a questão de ordem de Toron. E fez muito bem, ora essa! O tribunal já havia se manifestado sobre ela em outras ocasiões. O Inciso VII do Artigo 13 do Regimento Interno lhe confere o poder de decidir monocraticamente se acata ou não uma questão de ordem. Ele só a submete ao plenário se quiser. E quem é que se levanta, afirmando que o presidente era obrigado a submeter a questão de ordem ao pleno do tribunal, inclusive aos ministros que haviam absolvido João Paulo? Sim, queridos! Ricardo Lewandowski — que já se tornou uma legenda nesse julgamento. Veio em seu socorro (acredito que pelo simples prazer de divergir, especialmente quando não tem razão) o ministro Marco Aurélio Mello, que defendeu enfaticamente, e até o fim, que, para ele, havia uma situação de empate — cinco a cinco — e que, pois, dever-se-ia arbitrar em favor do réu.
Questão de ordem proposta por um ministro – O truque nº 3
Joaquim Barbosa estrilou. E com razão! Estava-se diante de um estupendo absurdo. Lewandowski e Marco Aurélio forçavam a mão para que uma condenação se transformasse numa absolvição. Este segundo ministro já fazia digressões sobre o mérito mesmo. O outro dizia ser antirregimental que o presidente se recusasse a fazer a questão passar pelo plenário. O presidente da Casa (e relator) alertava para um risco óbvio: a nulificação da condenação, ora!
Lewandowski torcia o regimento e insistia que a questão de ordem tinha de ser apreciada pelo colegiado. Era mentira! Coube a Celso de Mello sugerir aos dois ministros inconformados que apelassem, então, a outro Artigo do Regimento: o 7º, no seu Inciso IV, que estabelece que compete ao plenário “resolver as dúvidas que forem submetidas pelo Presidente ou pelos ministros sobre a ordem do serviço ou a interpretação e a execução do Regimento”. Celso sugeriu que os dois ministros fossem os autores da questão de ordem. Generoso que é, Lewandowski fez questão de que Marco Aurélio virasse o pai da criança, como “homenagem”… Mui amigo!
Barbosa submeteu, então, a questão ao plenário, não sem antes tomar o voto dos ministros que haviam condenado João Paulo por peculato: três anos! Pegou a pena mínima, sem agravante nenhum.
Atenção – Como o relator aplicou a pena mínima — três anos — e como Britto havia condenado o deputado petista, é evidente que ele aplicaria, então, quando menos, essa pena, certo?
Lewandowski discorda de Lewandowski e deixa Marco Aurélio pendurado na brocha – O truque nº 4
Atenção, atenção, gente boa! Já que todos iriam votar, qual era a aposta? Que os cinco que absolveram, ali presentes, decidissem que a questão era procedente, sim. Dando um cinco a cinco, evocar-se-ia o princípio do “empate pró-réu”. Ocorre, e esta é a situação escandalosa, que não havia empate nenhum! João Paulo já havia sido condenado no mérito.
Mas aí se deu a coisa sensacional. Uma das que absolveram o deputado petista do crime de lavagem é Rosa Weber. E foi justamente ela a primeira a votar sobre a procedência ou não da questão levantada por Lewandowski, mas “comprada” por Marco Aurélio. E a ministra preferiu, felizmente, o caminho da dignidade: ela reconhecia, sim, o direito que tinham os cinco que condenaram de decidir a pena de João Paulo, embora ela mesma o tivesse absolvido. Pronto! A fatura estava liquidada: contra o deputado petista e a favor da moralidade. Os cinco que haviam condenado, por certo, continuariam a defender a sua prerrogativa de “dosimetrar” (como diria Ayres Britto). Com o voto de Rosa, formava-se a maioria de seis.
Na sequência, falou Luís Fux, que, obviamente, rechaçou a chicana. Aí chegou a vez de Dias Toffoli. Já sabendo que, no mínimo, far-se-ia uma maioria de seis a três, não teve dúvida: votou com o relator. Pronto: a coisa caminhava para um sete a dois quando chegou a vez de Lewandowski. E o que fez este leão, este gigante, este Colosso de Rhodes da coerência? Sem nem mesmo poder contar com Toffoli — que chegou a dar um bom exemplo contra a tese do companheiro (já falo a respeito) —, o revisor não hesitou: pulou fora da própria tese e largou Marco Aurélio a falar sozinho. Assim, por oito votos a um, o plenário decidiu de novo — e pela enésima vez — que faz a dosimetria quem condena. Tendo havido a condenação com um quórum de seis votantes, o resto é besteira.
O próprio Toffoli, quem diria?, lembrou uma questão pertinente — não sem antes tentar adiar a decisão para outro dia: digamos que alguém seja condenado por seis a cinco por um crime qualquer e que um dos ministros que condenaram venha a morrer antes da dosimetria. A condenação viraria absolvição, então, com base da tese de Marco Aurélio? Cuidado, ministro! A ser assim, juiz da corte suprema ainda acaba virando alvo, não é mesmo? Felizmente, Britto está vivinho da Silva. Só não fez a dosimetria, o que foi um erro considerável.
Chanchada
A chanchada, como a gente vê, tomou conta do tribunal por algum tempo. Toron tentou inventar um artigo no Regimento do Supremo que não está lá. Foi secundado por Lewandowski, que ensaiou inventar outro, destituindo o presidente de suas funções. Marco Aurélio resolveu exercer a sua famosa paixão pela divergência (e existe uma diferença entre a divergir por convicção e divertir por princípio), e, não fosse o bom senso de Rosa Weber (que desestimulou Dias Toffoli e o próprio Lewandowski), correr-se-ia o risco de ter uma condenação sem pena.
E não é que foi o próprio Lewandowski a classificar, repetindo Gilmar Mendes, essa possibilidade de uma “aporia”? Pois é… É quem foi o porta-voz da irracionalidade? Lewandowski!
Encerro lamentando o comportamento do ministro Marco Aurélio. Eu o considero, e não sou o único, um homem muito inteligente. Muito mesmo! Mas ele tem algo perigosamente maior do que a inteligência: a vaidade.
Texto publicado às 23h04 desta quarta
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Mensalão, Ricardo Lewandowski

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29/11/2012
às 6:35

“Provão” de jornalismo incorpora pauta do PT e vira lixo ideológico
Um amigo me enviou a prova do Enade (o antigo provão) dos estudantes de jornalismo. Há várias formas combinadas de lixo ideológico e até, pasmem!, erro de ortografia. Não vou esgotar o tema neste post. Escreverei alguns a respeito ao longo das horas e dos dias. A prova é composta de 40 questões — 35 testes e cinco discursivas (no máximo, 15 linhas).
Sim, claro, o dito “controle social da mídia” chegou ao exame. Vejam:

Observem que nem mesmo há um segundo texto que exponha uma visão contrária. Trata-se de um filtro de natureza ideológica. O estudante que eventualmente discordar do que vai acima não vai ser besta de dizer o que realmente pensa. Para gáudio do examinador, se limitará a fazer perífrases entusiasmadas do que lhe foi apresentado como estímulo. Trata-se, como se sabe, da agenda de um partido político, como deixou claro o mais recente documento oficial da direção do PT.
Há coisa pior, como vocês verão em posts futuros. Há testes de rara boçalidade. Abaixo, destaco a questão 28. Prestem atenção! Volto em seguida.

Voltei
Espantoso! A qualquer leitor apenas razoável ficará evidente que, da leitura do texto, não se pode deduzir nenhuma das três afirmações. Trata-se de uma questão aloprada. Assim, restará ao estudante ignorar a referência e se fixar apenas nas proposições em si.
E agora vem o pior. Sabem qual alternativa o examinador considera a correta? A “E”. isso quer dizer que, para o Enade, para o Ministério da Educação, “de modo geral, as fontes oficiais são mais confiáveis”!!! É um escracho. Um aluno que tenha feito um curso apenas razoável de jornalismo aprendeu que uma das obrigações do jornalista é considerá-las, em princípio, “pouco confiáveis”, daí a necessidade de buscar fontes alternativas, de confrontar as informações com dados objetivos, de apurar se a versão oficial coincide com os fatos. A verdade está no exato oposto: com raras exceções, as fontes oficiais são as MENOS CONFIÁVEIS.
Exemplos de fontes oficiais que falaram a verdade em vários momentos da vida nacional: Lula, José Dirceu, José Genoino, Guido Mantega (e suas taxas de crescimento), Aloizio Mercadante…
É uma piada grotesca!
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Enade

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29/11/2012
às 0:56

Haddad nomeia pagodeiro e filha de Michel Temer para secretarias da Prefeitura de SP
Na VEJA.com:
O perfil técnico que caracterizou os primeiros secretários anunciados pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi diluído por uma nova leva de indicações, desta vez políticas, que visam acomodar os partidos que apoiaram o prefeito em secretarias que incluem áreas como assistência social e meio ambiente.
Nesta quarta-feira, o prefeito anunciou sete novos secretários, que se somam a outros sete já indicados. Há duas semanas, quando os primeiros cinco secretários foram anunciados, se destacaram currículos de professores, um arquiteto e um economista. Agora, entre os novos indicados estão quatro vereadores – de partidos como o PV, PSB e PC do B –, um deputado estadual e uma cota do PMDB que inclui a vice do candidato derrotado Gabriel Chalita e a filha do vice-presidente Michel Temer.
Ao explicar as indicações, Haddad repetiu um raciocínio que já havia exposto em anúncios anteriores. “Eu pretendo fazer um governo de coalizão. Os partidos foram todos consultados. Queremos um governo de corresponsabilidade. Esses partidos não são da base do governo, mas são partidos do próprio governo. É ilusório achar que um partido que tem 25% ou menos de representatividade tenha capacidade de liderar sozinho um processo que envolva toda a cidade”, disse Haddad.
Para a recém-criada secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Haddad indicou o pagodeiro e apresentador de TV José de Paula Neto, o Netinho (PC do B), reeleito vereador nas últimas eleições. “O foco deve ser a comunidade negra, a mulher negra e o jovem negro”, disse Haddad, ao anunciar o novo secretário, que em 2010 viu sua campanha ao Senado naufragar após acusações de agressões contra sua ex-mulher serem divulgadas pela imprensa. Netinho chegou a ser pré-candidato à prefeitura de São Paulo, mas se retirou da disputa para apoiar Haddad.
Apesar da criação da nova pasta, o número de secretarias em São Paulo deve permanecer o mesmo – hoje são 27 –, já que o prefeito decidiu fundir a secretaria Especial do Microempreendedor Individual com a pasta de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho. Para esta vaga, Haddad indicou o vereador Eliseu Gabriel (PSB), cuja sigla apoiou sua campanha.
Entre outras indicações que contemplam outros partidos, estão a da candidata a vice-prefeita do candidato Gabriel Chalita (PMDB), que apoiou Haddad no segundo turno, Marianne Pinotti (PMDB). Ela vai assumir a secretaria da Pessoa Com Deficiência e Mobilidade Reduzida. O PMDB também ficou com a secretaria de Assistência Social, que vai ser comandada pela advogada Luciana Temer (PMDB), filha do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).
Já para a secretaria de Verde e Meio Ambiente, Haddad escolheu o vereador Roberto Tripoli (PV), que atualmente é líder do prefeito Gilberto Kassab na Câmara e foi autor de várias leis em defesa dos animais.
Para si, o PT reservou duas áreas sensíveis: Relações Governamentais e Coordenação das Subprefeituras. Para a primeira, o indicado é o deputado estadual João Antônio (PT), ex-vereador e líder do governo Marta Suplicy (2001-2004) na Câmara Municipal. Já na Coordenação de Subprefeituras, uma área considerada problemática, Haddad indicou seu tesoureiro de campanha, o vereador Chico Macena.
“Nós nos comprometemos a reverter a política de concentração que foi adotada, vamos retomar a descentralização”, disse Haddad, que prometeu ainda mudar o perfil dos subprefeitos do prefeito Gilberto Kassab, formado em boa parte por coronéis da PM. “Não há preconceito contra a corporação, mas nos entendemos que os subprefeitos devem ser lideranças comunitárias, residentes na região e tem que ter capacidade técnica.”
Após o anúncio desta quarta, ainda falta para Haddad indicar os titulares de 13 pastas. Permanece ainda desconhecida qual será a parte do PP de Paulo Maluf na montagem do secretariado. Em troca do seu apoio durante as eleições o partido cogita ocupar a secretaria de Habitação, mas Haddad afirma que ainda está negociando com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que já foi o líder do PP na Câmara Federal.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Fernando Haddad, Prefeitura de SP

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28/11/2012
às 19:29

João Paulo foi condenado a um total de nove anos e quatro meses de cadeia: regime fechado
Daqui a pouco, trato da chicana que tentou livrar João Paulo Cunha (PT-SP) da cadeia. Nunca se viu coisa parecida no tribunal. Depois conto em detalhes. Mas o fato é este: João Paulo Cunha foi condenado a três anos por lavagem de dinheiro. Assim, somadas as penas dos três crimes, o ex-presidente da Câmara e ainda deputado foi condenado a nove anos e quatro meses de reclusão. Vai cumprir parte da pena em regime fechado.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: João Paulo Cunha, Mensalão

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28/11/2012
às 18:51

Correção – Não haverá lançamento do livro de Thomas hoje
Eu não sabia que o lançamento do livro de Gerald Thomas tinha sido suspenso. Fica aqui a recomendação para que vocês comprem o livro, mas não haverá evento hoje na Livraria Cultura.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Gerald Thomas

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2 COMENTÁRIOS
28/11/2012
às 18:49

Ricardo Lewandowski tenta melar o julgamento de João Paulo para livrá-lo da cadeia
É uma vergonha! Depois dou mais detalhes.
Por Reinaldo Azevedo

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66 COMENTÁRIOS
28/11/2012
às 18:29

João Paulo já foi condenado a seis anos e quatro meses; falta ainda a pena de lavagem; vai pegar regime fechado
Prevaleceu a pena de três anos e quatro meses para João Paulo por peculato. Votaram com Rosa Weber os ministros Carmen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio. Celso de Mello acompanhou Joaquim Barbosa. A pena por corrupção passiva foi definida em três anos. Até agora, João Paulo já foi condenado a seis anos e quatro meses de cadeia. Quando se definir a pena de lavagem, certamente será punido com mais de oito anos. Vai pegar regime fechado. Votam nesse caso apenas Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: João Paulo Cunha

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13 COMENTÁRIOS
28/11/2012
às 18:15

João Paulo: no mínimo, dois anos e oito meses por corrupção passiva; faltam dois crimes
João Paulo Cunha foi condenado a dois anos e oito meses — ou a três anos — de reclusão por corrupção passiva. Vai se definir daqui a pouco em razão de uma trapalhada de Rosa Weber. Joaquim Barbosa havia pedido três anos nove meses e foi seguido no voto apenas por Celso de Mello. Neste momento, Barbosa define a pena para peculato: quatro anos e oito meses. Rosa Weber votou em três anos e quatro meses, e Celso Peluso tinha deixado uma sugestão de três anos. Vamos ver.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: João Paulo Cunha, Mensalão

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5 COMENTÁRIOS
28/11/2012
às 18:10

Leiam “Arranhando a Superfície”, de Gerald Thomas
Já está nas livrarias “Arranhando a Superfície” de Gerald Thomas, da Editora Cobogo. Ainda não vi o livro, mas me dizem que está uma maravilha. Abaixo, segue um texto de Luiz Felipe Reis, publicado no Globo, que traz informações importantes a respeito. Vale a pena ler.

Desenhos e ilustrações reunidas em livro evidenciam um artista visual de primeira linha
Aos 10 anos Gerald Thomas passou de fase e deixou de ser visto como criança. Levado pelos pais ao ateliê livre que Ivan Serpa (1923-1973) dirigia no Museu de Arte Moderna do Rio, o menino chamou a atenção do mestre, que decidiu tirá-lo dali e levá-lo para um lugar mais apropriado: um muquifo alugado numa obscura galeria de Copacabana. Era ali que Serpa se reunia com alguns dos expoentes das artes visuais cariocas dos anos 1960, entre eles Rubens Gerchman, Antonio Dias e Hélio Oiticica. Naquele espaço, “terrível, mal cheiroso”, lembra Thomas, Serpa organizava um curso teórico, onde discutiam-se conceitos e obras criadas por ícones como Duchamp, Breton e Magritte, entre outros.
“Era um buraco e tinha como vizinhos puteiros, chaveiros, cabeleireiros, um horror, mas era melhor que o ateliê de vovós lá do MAM”, diz Thomas. Serpa exigia que os alunos soubessem tudo sobre todas as escolas. “A ideia era nos dar uma formação, e o que saísse dali era responsabilidade de cada um. Entregava um trabalho por semana, e ele rasgava tudo na minha frente. Dizia que não era arte. Eu não tinha estrutura, engolia a seco, mas comecei a entender que você não pode perseguir a obra de arte. É ela que persegue você. Um dia não levei nada, e ele questionou. Disse que eu era o meu trabalho. Aí ele falou: ‘Agora você entendeu.’ E aí eu fingi que entendi.”
Foi nesse ambiente que seus primeiros traços ganharam forma, que concepções estilísticas e teóricas passaram a habitar o imaginário do artista que ele se tornou. Consagrado como um dos encenadores mais ousados dos anos 1980 e 1990, Gerald Thomas esboçou luz, cenários e situações de muitas montagens em desenhos que agora foram reunidos no livro “Arranhando a superfície” (Cobogó), com lançamento terça-feira na Livraria da Travessa de Ipanema.
Nele, 130 imagens exprimem aquilo que a superfície dos fatos e dos feitos teatrais de Gerald ocultaram: a condição de artista visual de traços absolutamente peculiares — expressionistas para uns; “uma série de referências juntas” para o próprio. No livro, além de esboços e cartazes de suas peças, há desenhos e ilustrações que estamparam páginas e capas de importantes publicações, como os jornais “The New York Times” e “Boston Globe” e as revistas “Atlantic Monthly” e “Vanity Fair”.
Thomas tinha 20 e poucos anos quando chegou a Nova York, depois de se graduar em Filosofia na Inglaterra. Mergulhou na cena experimental e passou a encenar suas primeiras peças no La Mama. O teatro, apesar de prioritário, ainda não fechava as contas. Numa manhã de 1980, ele arrumou o telefone do departamento de arte do “Times” e teve a sorte de ser atendido por Jerelle Kraus. “Ela era a chefe do departamento. Acho que ela foi com a minha voz e disse para eu ir até lá”, lembra Thomas.
Com uma pasta sob o braço, andou até a sede do jornal e saiu de lá com a primeira encomenda: um desenho sobre a “perda de identidade” no mundo. No dia seguinte, às 15h, entregou o desenho, e às 23h30m deparou-se com ele estampado em meia página da editoria de opinião. Era o início de quatro anos ininterruptos de colaboração. “Na primeira semana eu tinha serviço para todos os dias. Ganhava US$ 350 por trabalho. Era muito dinheiro para a época, fiz uma fortuna”, diz. Até que deu, e Thomas arrumou um jeito de ser demitido: “Desenhei um carneiro morto e sabia que isso era intolerável no Yom Kippur. Os judeus do jornal não aceitaram.”
Manhã seguinte, cabeça cortada. Um ano depois ele reapareceria nas páginas de cultura do mesmo “Times”. Thomas dirigia Julian Beck, fundador do Living Theater, em “Trilogia Beckett”.
Em “Arranhando a superfície” há imagens de peças como “Quartett”, de Heiner Müller, “All strange way”, de Beckett, “Eletra com creta”, do próprio Thomas, a ópera “Matto Grosso”, em parceria com Philip Glass, além de um desenho para “Ghost sonata”, de Strindberg, que vem criando com John Paul Jones. Nos desenhos encontram-se ecos de pop art, surrealismo, expressionismo alemão. Ele cita Ralph Steadman, Saul Steinberg, Escher, mas descarta categorias para seus trabalhos, majoritariamente criados à base de café, acrílico, canetas e Caran D’Ache.
“Queria materiais baratos e perecíveis”, diz. “Sou fascinado pelos pergaminhos do Da Vinci, aqueles tons amarronzados, e aí comecei a derramar café e conforme ele ia escorrendo criava formas que me surpreendiam. Além disso, escolhi o café porque é algo ácido e achei que iria corroer os papéis em pouco tempo. Queria que o material corroesse o próprio trabalho. Nada merece viver por muito tempo. Mas não deu certo, e eles continuam intactos.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Gerald Thomas

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28/11/2012
às 17:39

Começa a definição da pena do último condenado: o deputado João Paulo Cunha
Joaquim BArbosa começa a tratar da dosimetria do deputado João Paulo Cunha (PT-SP). O parlamentar foi condenado por três crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. João Paulo é aquele que deu para fazer plenárias para, como definiu José Dirceu, “julgar o julgamento”. O primeiro crime a ter pena definida é corrupção passiva.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: João Paulo Cunha, Mensalão

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28/11/2012
às 17:20

Álvaro Dias, um oposicionista de fato, aproveita cochilo do governo e aprova convite para ouvir um dos investigados
Por Gabriela Guerreiro, na Folha:
A oposição conseguiu furar o bloqueio do governo e aprovou nesta quarta-feira (28) convite para Rubens Vieira, diretor afastado da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), prestar depoimento na Comissão de Infraestrutura do Senado sobre Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Senadores governistas haviam fechado acordo com parte da oposição para não chamar servidores do governo a depor sobre o esquema de corrupção, mas o PSDB diz que não endossou o acordo firmado com parlamentares da ala “independente” da Casa.
Como o PSDB preside a comissão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) aproveitou o início da reunião para aprovar o requerimento. No momento da aprovação, havia apenas Dias, a presidente da comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), e o senador Wilder Morais (DEM-GO). Minutos depois da aprovação do convite, senadores governistas chegaram à sala da comissão. “Em um rápido cochilo do governo conseguimos aprovar pelo menos um requerimento importante. É um convite, mas ficará mal ele não comparecer”, afirmou Dias.
O regimento do Senado não permite a convocação de servidores do segundo e terceiro escalões do governo — por isso a oposição apresentou convite a Rubens Vieira. Mesmo com a possibilidade de recusar o depoimento, a oposição disse acreditar que o servidor afastado do governo compareça ao Senado. “Não temos poder de polícia, não podemos trazer ninguém à força. Mas ele é peça da quadrilha e poderá dizer qual a sua participação no esquema de corrupção”, afirmou Dias. Lúcia Vânia disse que vai entrar em contato com o servidor, que está preso, para marcar a data do depoimento. A intenção da senadora é ouvi-lo na próxima quarta ou quinta-feira. “Eu acho que é muito melhor para ele vir logo falar. O governo sabia que teríamos essa votação, a pauta foi divulgada, mas quando ocorreu a votação não havia ninguém aqui”, afirmou a presidente da comissão.
A comissão também aprovou convite para o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, falar aos senadores. O convite ao servidor já havia sido aprovado ontem pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle do Senado, por isso as duas comissões devem realizar reunião conjunta para ouvi-lo também na semana que vem. Indiciado pela PF na Operação Porto Seguro, Rubens Vieira era diretor da Anac. Ao lado do seu irmão, Paulo Vieira, diretor da ANA (Agência Nacional de Águas), ele é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção por ter pedido a empresários “favores” sugeridos por Rosemary Novoa Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Ela teria exigido vantagens financeiras em troca de ajudar o esquema dentro do governo.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Alvaro Dias, corrupção, Governo Dilma

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28/11/2012
às 16:31

De 10 senadores do PT, 6 usam verba pública para pagar IR
Por Rosa Costa, no Estadão:
A bancada do PT no Senado tem entre seus dez integrantes seis senadores que optaram em pagar com dinheiro público as parcelas do Imposto de Renda devidas sobre os 14º e 15º salários. Serão favorecidos pelos R$ 5 milhões disponibilizados pela Casa para pagar o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) os petistas Paulo Paim (RS), Angela Portela (RR), Aníbal Diniz (AC), Delcídio do Amaral (MS), Humberto Costa (PE) e Jorge Viana (AC). Menos da metade dos 81 senadores bancará o gasto com dinheiro próprio. O Senado divulgou na noite da última terça-feira, 27, uma lista de pagadores com 46 nomes, entre os quais sete ex-senadores.
A Receita Federal cobra dos senadores o imposto devido sobre os salários extras, no valor de R$ 26,7 mil, recebidos no período de 2007 a 2011, no início e no final do ano. O Senado resolveu bancar o gasto com dinheiro público alegando que houve mudança na orientação da própria Receita que concordava com a Casa quanto ao caráter indenizatório. Ou seja, o valor serviria para custear despesas extras, não identificadas.
Depois do PT, o PMDB, com uma bancada de 20 senadores, aparece em segundo lugar entre os partidos cujos integrantes vão transferir a cobrança do imposto para o contribuinte. São ao seis senadores: Roberto Requião (PR), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Garibaldi Alves (RN), João Alberto Souza (MA) e Lobão Filho (MA). O nome do senador Pedro Simon (RS) não constava da lista inicial de pagadores e só foi incluído na manhã desta quarta-feira, atendendo a seu pedido.
Entre os cinco senadores que disputaram as eleições municipais, Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Humberto Costa pagarão o IR com dinheiro do orçamento. A situação nos demais partidos é a seguinte: PDT, com quatro senadores, três optaram por pagar o imposto com dinheiro público: Cristovam Buarque (DF), Acir Gurgacz (RO) e Zezé Perrella (MG). No PSB, também com quatro senadores, três terão o débito quitado pelo contribuinte: Antonio Carlos Valadares (SE), Lidice da Mata (BA) e João Capiberibe (AP). A situação no PTB é a mesma com relação aos senadores Fernando Collor (AL), Epitácio Cafeteira (MA), João Vicente Claudino (PI) e Mozarildo Cavalcanti (RR).
Entre os tucanos, com bancada de 10 senadores, Lúcia Vânia (GO) e Mário Couto (PA) transferiram a despesa para o contribuinte. Ocorre o mesmo no PP com o senador Francisco Dornelles (RJ), Benedito de Lira (PI) e Ivo Cassol (RO). Jayme Campos (MT) e Maria do Carmo Alves, do DEM, também não quitarão as parcelas do imposto de renda com dinheiro próprio.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Senado

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43 COMENTÁRIOS
28/11/2012
às 16:22

Contra tentativa de Lewandowski, Jefferson tem pena reduzida e pega 7 anos e 14 dias de reclusão: não vai dividir a cela com Dirceu…
Por lavagem de dinheiro, Roberto Jefferson foi condenado a quatro anos, três meses e 24 dias de reclusão. Somando-se aos dois anos, oito meses e 20 dias da condenação por corrupção passiva, a pena total chega a sete anos e 14 dias. Poderá cumpri-la em regime semiaberto. Não fosse a redução de um terço proposta pelo relator, Jefferson teria sido condenado a regime fechado. Lewandowski bem que tentou, mas não conseguiu.
Jefferson não terá como fazer companhia a José Dirceu no regime fechado. Melhor para ambos, não é? A gente sabe como é esse negócio dos “instintos mais primitivos”…
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Mensalão, Roberto Jefferson

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25 COMENTÁRIOS
28/11/2012
às 15:57

Marco Aurélio faz troça de Lewandowski
Ricardo Lewandowski, no seu afã de impedir a redução da pena de Roberto Jefferson, chegou a dizer que o condenado, em depoimento judicial, não disse para onde foi o dinheiro que recebeu. Defendendo o benefício da redução da …